Ficar em silêncio, absorto em seus pensamentos, ou então procurando se concentrar em algo importante. Algumas pessoas não sabem o que é isso e nem como um momento em silêncio pode ser reconfortante. Isso porque elas sofrem de um problema que, algumas vezes, não se dá a importância devida: o zumbido no ouvido.
Mas é fundamental ficar atento ao problema. Porque ele, além de causar incômodo, pode levar a outros problemas de saúde. Algo que poucos sabem é que o zumbido no ouvido afeta o cérebro.
Cientificamente, o zumbido no ouvido é conhecido como tinnitus. Segundo dado da OMS (Organização Mundial da Saúde), este sintoma atinge 278 milhões de pessoas no mundo. Só no Brasil, são 28 milhões de pessoas de todas as faixas de idade.
Idosos, fumantes, usuários de drogas e pessoas com histórico de infecções nos ouvidos ou doenças do coração são mais propensas a desenvolver o sintoma. Normalmente o zumbido surge gradativamente e, às vezes, desaparece à medida que o cérebro se adapta. Porém, para alguns pode durar por muito tempo e causar complicações como a ansiedade, depressão e outras doenças.
Como se tem o diagnóstico
Podendo ter causas variadas, o problema pode estar no ouvido propriamente dito, ou relacionado à alteração de pressão arterial, problemas na cervical, tensão muscular ou até problemas neurológicos. Trata-se de um sintoma e não de uma doença. Portanto, é importante que se descubra o que está causando o zumbido.
A elaboração de um diagnóstico pode ser difícil justamente por causa desta variedade de possíveis causas. É necessário fazer o histórico do paciente e verificar todas as informações que ajudem a encontrar a origem do sintoma, procurando saber, por exemplo, se ele surgiu gradativamente, se tem piorado e se é intermitente.
Assim como o diagnóstico, o tratamento também pode ser variado, e vai desde o uso de aparelhos auditivos, passando por terapia e até o uso de medicamentos.
Porém, a demora ou a falta de tratamento podem gerar consequências mais sérias e trazer outros sintomas como tontura, dor de cabeça, náuseas, perda de equilíbrio e até a perda da audição. Além de poder mascarar a existência de doenças como o diabetes e a hipertensão.
Mas será que o zumbido no ouvido afeta o cérebro?
Uma das consequências do tinnitus é não deixar o cérebro relaxar, o que deixa as pessoas que sofrem deste mal mais cansadas e distraídas. Isso afeta, inclusive, a concentração, uma vez que elas colocam mais atenção no zumbido do que naquilo que estão executando.
De acordo com estudo realizado com a utilização de ressonância magnética, se pode perceber que o tinnitus está em uma região do cérebro chamada precuneus, a qual, está conectada aos lobos frontal e parietal.
O lobo frontal é ativado quando alguma coisa chama a atenção da pessoa. Já o lobo parietal é ativado quando a pessoa está em repouso e não está se concentrando em alguma coisa específica.
Para quem sofre de zumbido crônico, a região conhecida como precuneus se relaciona mais com a lobo frontal, mantendo-a mais desperta. Por isso, quem sofre deste mal, sente-se mais cansada.
A deficiência auditiva também causa alterações no cérebro, que tenta se reorganizar para absorver a deficiência. Com isso, se intensifica a ação do tato e da visão, que passam a controlar a mente, levando também à falta de concentração e ao cansaço.
Fique de olho!
Doenças psicológicas também podem ser desencadeadas pelo tinnitus, que leva à pessoa a maior irritabilidade, depressão, ansiedade, podendo ter consequências sérias a ponto de ser necessária a intervenção de alguma terapia de apoio.
O uso de aparelho auditivo, pode, dentro de um curto espaço de tempo, normalizar a função cerebral, a partir da melhora da audição.
Leia também: