Você já ouviu falar em microtia? É uma doença que acontece em vários graus e tem origens variadas. A boa notícia é que há tratamento e este varia muito caso a caso. Vamos entender melhor, então, o que é microtia, suas causas e como tratar de forma a reverter a situação?
Orelha pequena
As anomalias congênitas do pavilhão auricular apresentam grande variedade de formas clínicas. Uma delas é conhecida por microtia (que significa “orelha pequena”). Trata-se, portanto, de uma anomalia congênita caracterizada pela diminuição do tamanho da orelha, indicando uma orelha externa pequena, de forma anormal ou às vezes até ausente.
Vale lembrar que a maioria de pacientes portadores de microtia apresenta deformidades associadas em outras partes do corpo. Podendo comprometer a face, o coração, o tórax, membros superiores e inferiores.
Outros dados interessantes: a microtia pode ocorrer de um lado apenas (unilateral) ou de ambos os lados (bilateral). A primeira forma, a unilateral, é muito mais comum, ocorrendo em 90% dos pacientes. O lado direito é o mais afetado.
Graus de microtia
- Grau I: desenvolvimento normal do canal auditivo, mas anormal do pavilhão auricular;
- Grau II: orelha parcialmente desenvolvida, com canal auditivo estenosado, resultando em considerável perda auditiva;
- Grau III: ausência do pavilhão auricular, apresentando somente uma diminuta estrutura vestigial, bem como ausência do canal auditivo e do tímpano. Esta é a forma mais comum de microtia;
- Grau IV: ausência total da orelha e do canal auditivo. Também conhecida como anotia.
As anomalias do pavilhão auricular podem apresentar alterações nas estruturas do ouvido interno, médio e externo com repercussões diretamente na função auditiva.
Mas é importante destacar que tais alterações não são constantes e exibem diversificadas formas clínicas. Em 50% dos pacientes portadores de microtia, o conduto auditivo externo está presente, porém o distúrbio da audição ocorre em apenas 25% dos pacientes.
A presença do conduto auditivo externo não assegura função auditiva. Tanto é que existem pacientes com conduto, porém exibem distúrbio da audição e outros sem o conduto podem apresentar audição normal.
Que exames fazer? Quais as causas?
Exames de tomografia de crânio e face e, também, a audiometria podem favorecer a interpretação das anomalias estruturais associadas às malformações do pavilhão auricular. O médico otorrinolaringologista é o profissional adequado para pedir estes exames.
Embora as causas sejam, na maioria das vezes, congênitas (pode resultar do uso de isotretinoína durante a gestação, por exemplo), pacientes que apresentam as orelhas normais podem perdê-las parcial ou totalmente durante a vida causada por algum trauma.
Assim, o trauma orgânico pode produzir lesões estruturais em uma ou em ambas as orelhas determinando perda parcial ou total gerando desequilíbrio e alterações na harmonia facial.
Infelizmente, diversas causas podem destruir as orelhas, como queimaduras, acidentes de carro, agressões físicas (com faca, tesoura, etc), mordida de animais (cachorro, porco, capivara, etc) e mordida humana.
Além dos traumas, os tumores (câncer, hemangiomas, linfagiomas) e outras enfermidades, como a hanseníase e leishimaniose, igualmente podem se instalar em alguma região das orelhas e destruí-las parcial ou totalmente.
Os tratamentos: revertendo a situação
Dependendo do caso, a remoção da orelha é o único recurso de tratamento para salvar a vida dos pacientes. Após a cura da enfermidade e completa cicatrização das feridas, uma cirurgia pode promover a reparação ou a reconstrução de uma ou ambas as orelhas.
Para reconstrução de uma nova orelha, tanto nas deformidades de origem congênita, como adquiridas, é necessário realizar no mínimo duas etapas cirúrgicas.
Na primeira, o cirurgião cria duas estruturas fundamentais: o novo esqueleto cartilaginoso e o revestimento cutâneo para a nova orelha. Aqui ele pode usar materiais sintéticos, como nylon, polietileno ou silicone. O melhor elemento é a cartilagem da costela do próprio paciente.
Já para criar o revestimento cutâneo, o cirurgião deve utilizar a pele da própria região no paciente. Ele faz o descolamento da pele local e cria um túnel subcutâneo, onde é introduzido o novo esqueleto auricular.
O tempo entre uma cirurgia e outra é de cerca de 6 meses. E as intervenções cirúrgicas são realizadas em ambiente hospitalar.
Finalizando: os casos de microtia dependem do acompanhamento especializado de tudo que envolve a audição e, conforme o caso, o uso de aparelhos auditivos será importante e reconfortante.
Para saber mais sobre doenças que interferem na audição e, também, sobre os benefícios de um aparelho auditivo, continue nos acompanhando!